Inominável ou O reencontro

Algo que não sei dizer o que é me atormenta por dentro.
Deseja pular e escalar minha garganta, romper o nó da angustia e voar.
Talvez venha como lágrima, e o que são lagrimas? Senão o sangue da alma…
Talvez essa confusão de sentimentos, seja o louco desejo de ser o que eu não fui, mas se não fui, como poderia/poderei saber se realmente seria/será melhor do que finjo ser, hoje? E hoje os dias têm passado tão rápidos, a rotina aliena o corpo, porém minha mente viaja para longe e a minha alma já se perdeu no caminho de volta para casa. Meus passos largos vagam sem vontade de encontrar seu destino, e os anjos que me acompanham se entediam, pois nem os demônios me querem.



Sinto o cheiro de paz nos galhos das árvores e saboreio seu gosto doce que desce a mesma garganta angustiada passando pelas paixões adormecidas em meu peito.
A neblina fria deixa meus olhos nublados, me faz imaginar o caminho que quero seguir e os raios da manhã trazem pensamentos nostálgicos, vejo as coisas tristes passarem por mim, caindo na estrada…
E as paixões adormecidas se reviram ansiosas tentando escapar em poesia, cantoria, ou magoas remoídas, mas quando se deparam com o nó da angustia em minha garganta, caem no ócio do meu coração.
E só então percebo que…
O que eu não sabia dizer, que me atormentava por dentro foi descoberto e volta ao fundo da alma para novamente ser esquecido e posteriormente me atormentar por dentro, nesta infinita viagem dentro de mim.



Reencontrei nos caminhos imaginários, ilusórios e nebulosos do meu ser, minha alma e toda vez que sinto a realidade se aproximando, ela se perde outra vez, sem querer voltar…



Lucas Alberti Amaral

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